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30 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


Alguém me ensina a pensar menos nele? Alguém me ensina a não repetir centenas de vezes à mesma cena na cabeça? E não fazer dessas lembranças o meu maior martírio? Porque dói, dói muito pensar que há pouco tempo eu estive inteira com ele e o deixei partir, assim, sem insistir, sem nem um “fica mais um pouco?”. É possível não sentir esses arrepios ao lembrar-me do toque, do cheiro, do beijo dele? Ah, eu daria tanta coisa para que aquele anjo estivesse aqui comigo agora, hoje, amanhã, sempre. Eu daria tudo pra vê-lo sorrir mais uma vez pra mim, mas quando estou com ele fico tão pequena, entrego-lhe o que ainda me resta, ele vai embora e eu fico aqui, me sentindo incompleta, me sentindo um nada, sobrevivendo apenas de migalhas da minha memória.

E agora, finalmente agora, me dei conta que não era de você que eu gostava. Era de uma idealização-do-amor-perfeito que encontrei em você. De primeiro instante, você era imperfeitamente perfeito para mim. Atrapalhado, ajustado aos mínimos detalhes para se encaixar comigo. E funcionou. Achei a pensar que tinha encontrado-a-metade-da-minha-laranja. Olha a infantilidade. Vendo assim, dá até pra rir. Logo eu, que não acreditara nessas babaquices de sentimentos, quanto mais de alma gêmea. Logo eu, fechada e desacreditada. Logo eu, fui cair nessa confusão toda. Quase me deixei cair no buraco negro novamente, dá pra acreditar? Porém, a ficha dessa vez caiu mais cedo, e vi que não era por você que eu estava me apaixonando. E sim por alguém que fantasiei, na simetria que sempre sonhei encontrar. Por alguém que na verdade não existia, há não ser dentro de mim. Porém, me curei. Me livrei. Voltei a ser fechada-e-desacreditada.

23 de agosto de 2011


Acalma esse coração pequena, que desespero nunca resolveu problema.

Mas eu já entendi coração, sei que essas coisas não nasceram pra dar certo para mim. E vice-versa. Durante algum tempo a minha infantilidade achou que fosse o fim do mundo, mas que nada, era apenas o começo. Não foi por causa disso que desisti de você não, tá ouvindo coração? Foi a junção. Essas confusões não funcionam comigo. Eu não sou racional nem passiva. Não tenho o dom de perdoar e nem de esquecer. E Assim não rola. Não existe sujeito nesse mundo que seja capaz de me compreender por inteiro e ir me conquistando aos pedacinhos com isso. Sabe por quê, coração? Porque nem eu estou me compreendendo agora.
Vou te falar algo baixinho agora coração : eu não quero ser de ninguém não; eu não quero outras manias que não sejam as minhas; eu me basto.
Eu já sei. Já ouvi isso. Sou nova demais pra certas decisões, principalmente em relação a isso. Mas sabes que quando ponho algo na cabeça, vou com isso até o fim.
E não há amor por esse mundo a fora, que seja maior do que eu sentirei por mim, quando conseguir tudo que quiser. Sem a ajuda de ninguém. Sem o amor-e-compreensão de ninguém. Somente eu e eu.

19 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


”Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.

Já se passaram quase 6 meses que as coisas mudaram. Mas quando eu pensava que essa mudança chegasse a acontecer, nunca passou pela minha cabeça que essa mudanças levasse embora uma amizade tão precisa como a tua. Fico pensando, querendo descobrir como eu errei - se é que fui eu que errei - e nada que pousou na minha mente até agora, justifica esse afastamento repentino.
Olha, meu amigo - ainda dá para chamar assim? - Quando eu te dizia, que te adorava, que tu era o irmão que eu nunca tive e que eu ainda precisava de você por muitos e muitos anos, eu não estava mentindo. Agora você sim. Lembra das suas promessas? Dos seus para sempre? Eu lembro. De tudo. Da primeira à ultima vez em que nos vimos. Não é mentira não, eu guardo tudo dentro de mim. E me dá uma saudade... tão grande e forte. De sentar com você no banco da praça e rir e rir e rir, até cansar. Porque não existia tempo ruim pra você não. Sinto falta de ouvir seus conselhos , que ao invés de me ajudarem, me confundiam mais ainda. Dos nossos comentários sobre os jogos do Corinthians ou sobre as garotas que você ficava. Uma diversão incontrolável a nossa. Conversar com você, me fazia esquecer de tudo de ruim que me acontecia.
Agora não existe mais nenhum comprimento formal entre a gente como oi-tudo-bem . Nem sequer olhos nos olhos. Você sumiu. Queria notícias suas, saber como anda sua vida, se estas feliz... Me preocupo contigo, rapaz. Como uma irmã mais nova.
Mas não te julgo, nem tenho raiva de você. A dor da decepção passou. Saiba que te guardo sempre com carinho, dentro do meu coração.

16 de agosto de 2011


Conhecidamente - ou não, começou a tocar nossa música no som do carro. Me trouxe flashbacks, memorias retornando, machucando...
Não que eu sinta algo em especial por você, mas as vezes de encho de saudades. Em vão, eu sei. Não temos possibilidades de dar certo. Mas eu guardo lindas lembranças suas, de momentos lindos que me marcaram muito. Sorri ao lembrá-los, mas logo voltei a ficar triste, ao me dar conta que acabou, que não volta. Nem implorando. Nem você, nem eles. Nem nós.

14 de agosto de 2011


Agora me diz: o que você espera de mim? que atitude drástica você quer que eu tome? sentir o que eu sinto já não é motivo suficiente para você voltar? para sempre...

11 de agosto de 2011


- Fiz esse texto para uma redação no colégio, e resolvi postar aqui....

Maria. Esplendorosa e misteriosa, Maria. E ainda há quem a chame de ‘’Maria, a mulher-macho’’. Quem a ver de longe, não conhece sua história e a julga. Quem a conhece julga mesmo conhecendo-a.
A moça de pele morena e cabelos encaracolados ainda guardavam um grande trauma de sua infância difícil – havia sido abusada sexualmente pelo vizinho. Isso explicara o motivo de tanta frieza.
Quando a viam passar, em sua moto e com seu filho – sim, ela era mãe solteira, na garupa, gritavam, sem nem um pouco de vergonha na cara: ‘’ olha a negrinha, não tem nada na vida e ainda tem pose de arrogante’’. Mas Maria já não ligara com comentários maldosos. Fazia muito tempo que ela ignorava o preconceito.
Não era arrogante, a pobre moça. Era, digamos que, ‘’defensora de sua própria alma’’. Como já sofrerá bastante nessa vida e já havia engolido mais sapos que qualquer outra coisa, até chegar onde estava hoje, ela não acreditava mais na capacidade humana de amar ao próximo de graça. Não conseguia ver bondade nos outros. Em outras palavras, ela achava que todos tinham segundas intenções. Segundas más intenções.
As vezes, Maria, cansada da rotina, pesada, cheia de preocupações, cheia de deveres, sentava, colocava seus fones de ouvidos e viajava pelos pensamentos. Lembrara da música de Milton Nascimento, que se referia a uma Maria: ‘’ Maria, Maria. É o som, é a cor, é o suor. É a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar. E não vive apenas aguenta.’’. Muitas vezes imaginava uma vida diferente. Sem tantos desafios. Mas chegara a conclusão que não mudaria nada. Que cada obstáculo só a fez crescer.
Hoje em dia, apenas duas coisas a motivavam em levantar-se da cama todos os dias: seu filho e sua profissão. Joaquim, menino bom, que foi criado com o suor de cada dia de sua mãe. O garoto sabia o quanto sua mãe era batalhadora e dizia para ela, todos os dias o quão orgulhoso ele era por ser seu filho e que quando crescesse, gostaria de ter ao menos metade da fortaleza que sua mãe possui.
Também não era forte, a pobre moça. Santo Deus, muito pelo contrário. Era frágil como vidro. Exatamente assim: Se cair quebra. Se quebrar, corta os outros. Tinha olhos secos e sofridos, mas que ainda brilhavam e tinham esperança. Fé. Ela também tinha muita fé.
Outra coisa que era preciosa na vida de Maria era sua profissão. Jornalista, era. Não trabalhava apenas pelo dinheiro – apesar de ser necessário. Trabalhava por amor aquilo que fazia. Sempre se identificou com aquele colunista do jornal que lia escondido de seu padrasto na infância. Imaginava que um dia estaria ela, escrevendo do outro lado do papel e as pessoas se identificariam com ela. Sonho realizado, Maria. Ou quase realizado. Ainda pretendia publicar um livro. Escrevera de vez em quando em um caderno velho. Tinha muito talento, a moça. Apesar de não achar. Acabava amassando as folhas e jogando fora o que seria uma grande obra. Ela pretendia contar, ironicamente, a história de uma moça que batalhou desde pequena para conseguir ser alguém na vida e que tinha um filho, no quão o ensinava a ser um homem do bem, diferente de todos os que cruzaram seu caminho. Não revelara de onde veio sua inspiração – apesar de óbvia.
Maria não contava para ninguém sua história de vida. Desprezava as pessoas que sentiam pena das outras. Preferia que todos a achassem fria e arrogante. Preferia o ódio e todos os olhos tortos de toda aquela gente, do que a compaixão forçada delas.
Havia completado oito anos que Maria não saia com homem nenhum – o pai de Joaquim foi o último, e depois da decepção que sofrera com esse homem – abandonara grávida, disse para si mesma, que o único homem merecedor de algum sofrimento seu seria seu filho e que este ela amaria e até morreria.
Mas não se enganem como Maria não. Além de ser mãe, jornalista, trabalhadora, escritora, dona-de-casa, motoqueira e tudo mais que quisesse ser na vida, ela era Mulher. Pode não parecer, mas era bastante vaidosa essa indecifrável moça. Com seus incríveis e hipnóticos olhos verdes, ela conseguia despertar interesse nos homens, onde quer que passe. Mas insistia em recusar todas as formas de aproximação. Fazia muito tempo que era sozinha, e desacostumara a ser dominada por alguém. Não queria mais um homem na sua vida. Controlando-a, exigindo explicações, bagunçando sua casa, entre outras coisas de vida a dois. Ela não era mais mulher disso. Não precisava mais de um Homem.
Todo amor que existia dentro dela, dividia-se entre si mesma e seu filho. Nada mais, ninguém mais, merecia algum tipo de sentimento seu.
Não pensem que a moça é infeliz. Ela até esquecera o que essa palavra significava desde que viu seu filho pela primeira vez. Havia sumido aquela angustia que cultivara pelo seu trauma.
Há oito anos, Maria colocou um sorriso no rosto e não o tirou mais. Tem quem diga que o sorriso era apenas um disfarce, para esconder a tristeza que havia dentro de si. Desminto. Ela não era mulher de fingir. Nem tristeza, nem nada.
Ela era feliz sim. Mesmo aos trancos. Ela era feliz porque não dependia de ninguém para isso. Porque até a respeito disso, ela era uma Mulher independente. Ela tinha seu amor próprio, que era muito grande e muito forte. Isso que lhe dava coragem para seguir em mais um dia de caminhada, enfrentando o mundo, defendendo seus direitos, calando a boca das pessoas, lutando por justiça, pelo que é seu, e sem tirar o sorriso do rosto. Grande Mulher, essa Maria, que de ‘’macho’’ não tinha nada!!!

10 de agosto de 2011


Incontrolável, incomprensiva, incondicional e estúpida é essa saudade que insisto em sentir de você. O tempo inteiro.

De você, agora, eu só preciso de um pouco de compreensão e de muita atenção. Somente isso. O resto vem com o tempo. Eu só queria que você demonstrasse que se preocupa comigo, como eu realmente estou. Eu não peço amor. Nem seu, nem de ninguém. Isso eu tenho para me dar. Só quero que me compreendam, que me entendam, quando eu mesma não conseguir mais decifrar-me.

9 de agosto de 2011


''De você guardei pouco.
Só que esse pouco ocupa muito espaço.''

''Porque a força de dentro é maior. Maior que todos os ventos contrários''


Hoje foi o dia em que eu mais precisei de apoio, de força. Daquela voz... aquela voz antiga que me trazia coragem. Aquela mesma que sussurrava no pé do ouvido : levanta a cabeça garota, você aguenta mais essa. Eu estou esperando essa voz vir novamente, até hoje. Até agora.
Hoje eu precisava de incentivo, pois daria um passo ao futuro. Um sonho talvez se concretizasse, mas para isso eu precisaria de alguém que acreditasse nele junto comigo. E que me confirmasse que eu tinha talento o suficiente para isso e muito mais.
Mas eu olhei para os lados e vi que todos estavam torcendo contra. Querendo me ver mal. Na lama. Então eu olhei para meu escudo da sorte e disse para mim mesma : eu ainda vou calar a boca de muita gente. E é nisso que eu acredito. E é isso que me motiva a chegar lá. A continuar tendo minhas esperanças. Porque eu sei, que se não tenho o potencial suficiente agora, daqui a pouco terei. E serei muito mais do que sou em toda minha imaginação. Sabe por que? Porque serei real.

7 de agosto de 2011


Encontrei teu número gravado com apenas uma inicial, fingi a boba e apertei o ligar só pra “descobrir” quem era. Com uma voz rouca o outro lado da linha diz “Alô” e meu coração palpitava forte aqui dentro, e se repetia cada vez mais sem paciência “Ei, alô, quem tá falando? Alô?”. A vontade era de gritar um: “Amor meu, não se lembras de mim mais?”. Mas nada saíra dessa boca, o silêncio tomou conta de nós, e antes que eu pudesse apertar o vermelho, tu sussurrara: “Eu sei que és tu, te guardo em mim pra sempre.


Eu queria muitas coisas. Eu quero muitas coisas. Em relação a você, principalmente. Eu queria que você tivesse sentido tudo na mesma intensidade que eu. E que tudo tivesse marcado fundo em você, como em mim. Que você sorrisse ao lembrar do meu sorriso. E que você lembrasse de tudo antes de dormir. Que você sentisse saudades. E que sentisse carinho quando lembrasse da quantidade de sentimento que um dia reinou entre nós. Vai ver você faz e sente tudo isso. Vai ver não.

4 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


''— Daí que a vida da moça foi ficando um inferno. Ela não pensava noutra coisa o dia inteiro. Só no amor que sentia. Pensava no amor que sentia pelo príncipe o dia inteiro, nem comia mais direito, nem dormia, nem trabalhava nem nada (...) Passava o ano todo esperando o príncipe vir de férias. Mas quando ele vinha, a moça ficava ainda mais triste.
— Por quê, hein?
— Porque ela via ele todos os dias.
— Ué, mas não era então pra ela ficar alegre em vez de triste?
— Não, porque o príncipe não ligava mesmo pra ela.
— Mas ela não era bonita?
— Era.
— Então por que o príncipe não gostava dela?''

Eu tive tantas coisas para te dizer. Tantas palavras bonitas que eternizariam nossos momentos. Tantas frases de esperanças e de vontade... de continuar naquilo. Nada de frase-feita, nada disso. Algo meu. Algo do meu coração. Que era teu, naquele momento. Algo que teria te feito mudar de ideia e ficar. Para sempre. Eu sei que sim. Só bastava essa atitude minha, para mudar todo roteiro da nossa história. E mais uma vez eu me calei. Diante da imensidão que precisava de palavras. Nem que fosse só uma. Só para mostrar a atitude. A firmeza de que eu estava falando e não iria me arrepender. Porque valia a pena. Mas fosses embora. Não te culpo. Faltou a atitude. Mesmo vendo que você também poderia ter se esforçado mais um pouco. Só queria que você soubesse... que de tudo que aconteceu, o mais importante para mim, o motivo pelo qual eu estive com você durante aquele tempo... foi o fato de você me fazer sorrir. Mesmo tímida, calada, dura e muitas vezes frias. Você me fez sorrir. Por dentro, por fora. De todas as maneiras. Como ninguém nunca fez.

1 de agosto de 2011

Você sente saudades o tempo inteiro. Chora, fica mal. Vê que isso dói. A saudade machuca. Muito. Você se sente incapaz de tirar essa dor de si. E ainda assim, não é o suficiente para ter a pessoa de volta.

Tati Bernardi


E antes, quando eu não sabia viver e me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser com você. E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.

30 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


Alguém me ensina a pensar menos nele? Alguém me ensina a não repetir centenas de vezes à mesma cena na cabeça? E não fazer dessas lembranças o meu maior martírio? Porque dói, dói muito pensar que há pouco tempo eu estive inteira com ele e o deixei partir, assim, sem insistir, sem nem um “fica mais um pouco?”. É possível não sentir esses arrepios ao lembrar-me do toque, do cheiro, do beijo dele? Ah, eu daria tanta coisa para que aquele anjo estivesse aqui comigo agora, hoje, amanhã, sempre. Eu daria tudo pra vê-lo sorrir mais uma vez pra mim, mas quando estou com ele fico tão pequena, entrego-lhe o que ainda me resta, ele vai embora e eu fico aqui, me sentindo incompleta, me sentindo um nada, sobrevivendo apenas de migalhas da minha memória.

E agora, finalmente agora, me dei conta que não era de você que eu gostava. Era de uma idealização-do-amor-perfeito que encontrei em você. De primeiro instante, você era imperfeitamente perfeito para mim. Atrapalhado, ajustado aos mínimos detalhes para se encaixar comigo. E funcionou. Achei a pensar que tinha encontrado-a-metade-da-minha-laranja. Olha a infantilidade. Vendo assim, dá até pra rir. Logo eu, que não acreditara nessas babaquices de sentimentos, quanto mais de alma gêmea. Logo eu, fechada e desacreditada. Logo eu, fui cair nessa confusão toda. Quase me deixei cair no buraco negro novamente, dá pra acreditar? Porém, a ficha dessa vez caiu mais cedo, e vi que não era por você que eu estava me apaixonando. E sim por alguém que fantasiei, na simetria que sempre sonhei encontrar. Por alguém que na verdade não existia, há não ser dentro de mim. Porém, me curei. Me livrei. Voltei a ser fechada-e-desacreditada.

23 de agosto de 2011


Acalma esse coração pequena, que desespero nunca resolveu problema.

Mas eu já entendi coração, sei que essas coisas não nasceram pra dar certo para mim. E vice-versa. Durante algum tempo a minha infantilidade achou que fosse o fim do mundo, mas que nada, era apenas o começo. Não foi por causa disso que desisti de você não, tá ouvindo coração? Foi a junção. Essas confusões não funcionam comigo. Eu não sou racional nem passiva. Não tenho o dom de perdoar e nem de esquecer. E Assim não rola. Não existe sujeito nesse mundo que seja capaz de me compreender por inteiro e ir me conquistando aos pedacinhos com isso. Sabe por quê, coração? Porque nem eu estou me compreendendo agora.
Vou te falar algo baixinho agora coração : eu não quero ser de ninguém não; eu não quero outras manias que não sejam as minhas; eu me basto.
Eu já sei. Já ouvi isso. Sou nova demais pra certas decisões, principalmente em relação a isso. Mas sabes que quando ponho algo na cabeça, vou com isso até o fim.
E não há amor por esse mundo a fora, que seja maior do que eu sentirei por mim, quando conseguir tudo que quiser. Sem a ajuda de ninguém. Sem o amor-e-compreensão de ninguém. Somente eu e eu.

19 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


”Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.

Já se passaram quase 6 meses que as coisas mudaram. Mas quando eu pensava que essa mudança chegasse a acontecer, nunca passou pela minha cabeça que essa mudanças levasse embora uma amizade tão precisa como a tua. Fico pensando, querendo descobrir como eu errei - se é que fui eu que errei - e nada que pousou na minha mente até agora, justifica esse afastamento repentino.
Olha, meu amigo - ainda dá para chamar assim? - Quando eu te dizia, que te adorava, que tu era o irmão que eu nunca tive e que eu ainda precisava de você por muitos e muitos anos, eu não estava mentindo. Agora você sim. Lembra das suas promessas? Dos seus para sempre? Eu lembro. De tudo. Da primeira à ultima vez em que nos vimos. Não é mentira não, eu guardo tudo dentro de mim. E me dá uma saudade... tão grande e forte. De sentar com você no banco da praça e rir e rir e rir, até cansar. Porque não existia tempo ruim pra você não. Sinto falta de ouvir seus conselhos , que ao invés de me ajudarem, me confundiam mais ainda. Dos nossos comentários sobre os jogos do Corinthians ou sobre as garotas que você ficava. Uma diversão incontrolável a nossa. Conversar com você, me fazia esquecer de tudo de ruim que me acontecia.
Agora não existe mais nenhum comprimento formal entre a gente como oi-tudo-bem . Nem sequer olhos nos olhos. Você sumiu. Queria notícias suas, saber como anda sua vida, se estas feliz... Me preocupo contigo, rapaz. Como uma irmã mais nova.
Mas não te julgo, nem tenho raiva de você. A dor da decepção passou. Saiba que te guardo sempre com carinho, dentro do meu coração.

16 de agosto de 2011


Conhecidamente - ou não, começou a tocar nossa música no som do carro. Me trouxe flashbacks, memorias retornando, machucando...
Não que eu sinta algo em especial por você, mas as vezes de encho de saudades. Em vão, eu sei. Não temos possibilidades de dar certo. Mas eu guardo lindas lembranças suas, de momentos lindos que me marcaram muito. Sorri ao lembrá-los, mas logo voltei a ficar triste, ao me dar conta que acabou, que não volta. Nem implorando. Nem você, nem eles. Nem nós.

14 de agosto de 2011


Agora me diz: o que você espera de mim? que atitude drástica você quer que eu tome? sentir o que eu sinto já não é motivo suficiente para você voltar? para sempre...

11 de agosto de 2011


- Fiz esse texto para uma redação no colégio, e resolvi postar aqui....

Maria. Esplendorosa e misteriosa, Maria. E ainda há quem a chame de ‘’Maria, a mulher-macho’’. Quem a ver de longe, não conhece sua história e a julga. Quem a conhece julga mesmo conhecendo-a.
A moça de pele morena e cabelos encaracolados ainda guardavam um grande trauma de sua infância difícil – havia sido abusada sexualmente pelo vizinho. Isso explicara o motivo de tanta frieza.
Quando a viam passar, em sua moto e com seu filho – sim, ela era mãe solteira, na garupa, gritavam, sem nem um pouco de vergonha na cara: ‘’ olha a negrinha, não tem nada na vida e ainda tem pose de arrogante’’. Mas Maria já não ligara com comentários maldosos. Fazia muito tempo que ela ignorava o preconceito.
Não era arrogante, a pobre moça. Era, digamos que, ‘’defensora de sua própria alma’’. Como já sofrerá bastante nessa vida e já havia engolido mais sapos que qualquer outra coisa, até chegar onde estava hoje, ela não acreditava mais na capacidade humana de amar ao próximo de graça. Não conseguia ver bondade nos outros. Em outras palavras, ela achava que todos tinham segundas intenções. Segundas más intenções.
As vezes, Maria, cansada da rotina, pesada, cheia de preocupações, cheia de deveres, sentava, colocava seus fones de ouvidos e viajava pelos pensamentos. Lembrara da música de Milton Nascimento, que se referia a uma Maria: ‘’ Maria, Maria. É o som, é a cor, é o suor. É a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar. E não vive apenas aguenta.’’. Muitas vezes imaginava uma vida diferente. Sem tantos desafios. Mas chegara a conclusão que não mudaria nada. Que cada obstáculo só a fez crescer.
Hoje em dia, apenas duas coisas a motivavam em levantar-se da cama todos os dias: seu filho e sua profissão. Joaquim, menino bom, que foi criado com o suor de cada dia de sua mãe. O garoto sabia o quanto sua mãe era batalhadora e dizia para ela, todos os dias o quão orgulhoso ele era por ser seu filho e que quando crescesse, gostaria de ter ao menos metade da fortaleza que sua mãe possui.
Também não era forte, a pobre moça. Santo Deus, muito pelo contrário. Era frágil como vidro. Exatamente assim: Se cair quebra. Se quebrar, corta os outros. Tinha olhos secos e sofridos, mas que ainda brilhavam e tinham esperança. Fé. Ela também tinha muita fé.
Outra coisa que era preciosa na vida de Maria era sua profissão. Jornalista, era. Não trabalhava apenas pelo dinheiro – apesar de ser necessário. Trabalhava por amor aquilo que fazia. Sempre se identificou com aquele colunista do jornal que lia escondido de seu padrasto na infância. Imaginava que um dia estaria ela, escrevendo do outro lado do papel e as pessoas se identificariam com ela. Sonho realizado, Maria. Ou quase realizado. Ainda pretendia publicar um livro. Escrevera de vez em quando em um caderno velho. Tinha muito talento, a moça. Apesar de não achar. Acabava amassando as folhas e jogando fora o que seria uma grande obra. Ela pretendia contar, ironicamente, a história de uma moça que batalhou desde pequena para conseguir ser alguém na vida e que tinha um filho, no quão o ensinava a ser um homem do bem, diferente de todos os que cruzaram seu caminho. Não revelara de onde veio sua inspiração – apesar de óbvia.
Maria não contava para ninguém sua história de vida. Desprezava as pessoas que sentiam pena das outras. Preferia que todos a achassem fria e arrogante. Preferia o ódio e todos os olhos tortos de toda aquela gente, do que a compaixão forçada delas.
Havia completado oito anos que Maria não saia com homem nenhum – o pai de Joaquim foi o último, e depois da decepção que sofrera com esse homem – abandonara grávida, disse para si mesma, que o único homem merecedor de algum sofrimento seu seria seu filho e que este ela amaria e até morreria.
Mas não se enganem como Maria não. Além de ser mãe, jornalista, trabalhadora, escritora, dona-de-casa, motoqueira e tudo mais que quisesse ser na vida, ela era Mulher. Pode não parecer, mas era bastante vaidosa essa indecifrável moça. Com seus incríveis e hipnóticos olhos verdes, ela conseguia despertar interesse nos homens, onde quer que passe. Mas insistia em recusar todas as formas de aproximação. Fazia muito tempo que era sozinha, e desacostumara a ser dominada por alguém. Não queria mais um homem na sua vida. Controlando-a, exigindo explicações, bagunçando sua casa, entre outras coisas de vida a dois. Ela não era mais mulher disso. Não precisava mais de um Homem.
Todo amor que existia dentro dela, dividia-se entre si mesma e seu filho. Nada mais, ninguém mais, merecia algum tipo de sentimento seu.
Não pensem que a moça é infeliz. Ela até esquecera o que essa palavra significava desde que viu seu filho pela primeira vez. Havia sumido aquela angustia que cultivara pelo seu trauma.
Há oito anos, Maria colocou um sorriso no rosto e não o tirou mais. Tem quem diga que o sorriso era apenas um disfarce, para esconder a tristeza que havia dentro de si. Desminto. Ela não era mulher de fingir. Nem tristeza, nem nada.
Ela era feliz sim. Mesmo aos trancos. Ela era feliz porque não dependia de ninguém para isso. Porque até a respeito disso, ela era uma Mulher independente. Ela tinha seu amor próprio, que era muito grande e muito forte. Isso que lhe dava coragem para seguir em mais um dia de caminhada, enfrentando o mundo, defendendo seus direitos, calando a boca das pessoas, lutando por justiça, pelo que é seu, e sem tirar o sorriso do rosto. Grande Mulher, essa Maria, que de ‘’macho’’ não tinha nada!!!

10 de agosto de 2011


Incontrolável, incomprensiva, incondicional e estúpida é essa saudade que insisto em sentir de você. O tempo inteiro.

De você, agora, eu só preciso de um pouco de compreensão e de muita atenção. Somente isso. O resto vem com o tempo. Eu só queria que você demonstrasse que se preocupa comigo, como eu realmente estou. Eu não peço amor. Nem seu, nem de ninguém. Isso eu tenho para me dar. Só quero que me compreendam, que me entendam, quando eu mesma não conseguir mais decifrar-me.

9 de agosto de 2011


''De você guardei pouco.
Só que esse pouco ocupa muito espaço.''

''Porque a força de dentro é maior. Maior que todos os ventos contrários''


Hoje foi o dia em que eu mais precisei de apoio, de força. Daquela voz... aquela voz antiga que me trazia coragem. Aquela mesma que sussurrava no pé do ouvido : levanta a cabeça garota, você aguenta mais essa. Eu estou esperando essa voz vir novamente, até hoje. Até agora.
Hoje eu precisava de incentivo, pois daria um passo ao futuro. Um sonho talvez se concretizasse, mas para isso eu precisaria de alguém que acreditasse nele junto comigo. E que me confirmasse que eu tinha talento o suficiente para isso e muito mais.
Mas eu olhei para os lados e vi que todos estavam torcendo contra. Querendo me ver mal. Na lama. Então eu olhei para meu escudo da sorte e disse para mim mesma : eu ainda vou calar a boca de muita gente. E é nisso que eu acredito. E é isso que me motiva a chegar lá. A continuar tendo minhas esperanças. Porque eu sei, que se não tenho o potencial suficiente agora, daqui a pouco terei. E serei muito mais do que sou em toda minha imaginação. Sabe por que? Porque serei real.

7 de agosto de 2011


Encontrei teu número gravado com apenas uma inicial, fingi a boba e apertei o ligar só pra “descobrir” quem era. Com uma voz rouca o outro lado da linha diz “Alô” e meu coração palpitava forte aqui dentro, e se repetia cada vez mais sem paciência “Ei, alô, quem tá falando? Alô?”. A vontade era de gritar um: “Amor meu, não se lembras de mim mais?”. Mas nada saíra dessa boca, o silêncio tomou conta de nós, e antes que eu pudesse apertar o vermelho, tu sussurrara: “Eu sei que és tu, te guardo em mim pra sempre.


Eu queria muitas coisas. Eu quero muitas coisas. Em relação a você, principalmente. Eu queria que você tivesse sentido tudo na mesma intensidade que eu. E que tudo tivesse marcado fundo em você, como em mim. Que você sorrisse ao lembrar do meu sorriso. E que você lembrasse de tudo antes de dormir. Que você sentisse saudades. E que sentisse carinho quando lembrasse da quantidade de sentimento que um dia reinou entre nós. Vai ver você faz e sente tudo isso. Vai ver não.

4 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu


''— Daí que a vida da moça foi ficando um inferno. Ela não pensava noutra coisa o dia inteiro. Só no amor que sentia. Pensava no amor que sentia pelo príncipe o dia inteiro, nem comia mais direito, nem dormia, nem trabalhava nem nada (...) Passava o ano todo esperando o príncipe vir de férias. Mas quando ele vinha, a moça ficava ainda mais triste.
— Por quê, hein?
— Porque ela via ele todos os dias.
— Ué, mas não era então pra ela ficar alegre em vez de triste?
— Não, porque o príncipe não ligava mesmo pra ela.
— Mas ela não era bonita?
— Era.
— Então por que o príncipe não gostava dela?''

Eu tive tantas coisas para te dizer. Tantas palavras bonitas que eternizariam nossos momentos. Tantas frases de esperanças e de vontade... de continuar naquilo. Nada de frase-feita, nada disso. Algo meu. Algo do meu coração. Que era teu, naquele momento. Algo que teria te feito mudar de ideia e ficar. Para sempre. Eu sei que sim. Só bastava essa atitude minha, para mudar todo roteiro da nossa história. E mais uma vez eu me calei. Diante da imensidão que precisava de palavras. Nem que fosse só uma. Só para mostrar a atitude. A firmeza de que eu estava falando e não iria me arrepender. Porque valia a pena. Mas fosses embora. Não te culpo. Faltou a atitude. Mesmo vendo que você também poderia ter se esforçado mais um pouco. Só queria que você soubesse... que de tudo que aconteceu, o mais importante para mim, o motivo pelo qual eu estive com você durante aquele tempo... foi o fato de você me fazer sorrir. Mesmo tímida, calada, dura e muitas vezes frias. Você me fez sorrir. Por dentro, por fora. De todas as maneiras. Como ninguém nunca fez.

1 de agosto de 2011

Você sente saudades o tempo inteiro. Chora, fica mal. Vê que isso dói. A saudade machuca. Muito. Você se sente incapaz de tirar essa dor de si. E ainda assim, não é o suficiente para ter a pessoa de volta.

Tati Bernardi


E antes, quando eu não sabia viver e me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser com você. E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.